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Nadador e sócio do Cultura é destaque no Correio Popular; confira

O campineiro Flávio Toi, de 59 anos, entra para a história da natação em águas abertas ao se tornar o primeiro nadador a completar de forma oficial a ultramaratona de 76 km ao redor da Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro. O desafio foi válido pelo Big Island Swimming Association (BISA). Toi largou às 7h09 do dia 4 de junho e concluiu o desafio às 14h19 do dia seguinte. Foram 31 horas e 10 minutos de nado contínuo em volta do arquipélago de Angra dos Reis. O trajeto constitui hoje a prova mais longa em águas abertas do Brasil.

Com a conquista, Toi supera a marca de José Ferreira, que em 2021 completou a maior travessia já registrada no país. O carioca, então com 43 anos, nadou 72 km no percurso de ida e volta do caminho do Leme ao Pontal, na cidade do Rio de Janeiro, durante 26 horas e 30 minutos. A BISA reconhece o recorde de Toi, que deve ser homologado pela Associação Mundial de Natação em Águas Abertas (WOWSA).

A Volta de Ilha Grande é disputada desde 2020, com provas de 16 km, 25 km, 37 km, 48 km e 76 km. Somente a mais longa não havia sido completada. Toi conta que, antes dele, dois competidores tentaram e desistiram, um no ano passado e outro em abril. O campineiro confessa que quase também desistiu durante o trajeto. Nadando mais de 13h no período noturno em trechos em alto-mar, entre correntezas e ventos, ele conta que o cansaço só foi superado graças ao apoio de seus treinadores Samir Barel e Nick Fenzl.

“Entre 3h30 e 5h30, estava muito escuro e comecei a ficar cansado, a me encolher. Diminuí o ritmo das braçadas e por três vezes cheguei a pedir para subir no barco, o que significa desistência. Mas meus técnicos, que acompanharam o trajeto, deram suporte e foram me incentivando a seguir. Quando o sol começou a aparecer, voltei a nadar no mesmo ritmo do início da prova”, lembra.

Toi afirma que durante a fase de preparação, dois treinos foram fundamentais para ele adquirir confiança. “No Espírito Santo, fiz um percurso de 12 horas no mar com a equipe LN Sports”, lembra. “Depois, nadei 45 km em 450 repetições de 100 m na piscina da Companhia Athletica Campinas, das 6h às 21h, com os professores se revezando para marcar os resultados.”

O feito em Ilha Grande é mais um capítulo na trajetória de superação de Toi, que acumula diversas conquistas em ultramaratonas aquáticas pelo mundo. Em 2017, ele se tornou o primeiro brasileiro a completar a 8 Bridges Hudson River Swim, nos Estados Unidos, uma das provas mais longas do planeta, com 193 km divididos em sete etapas durante uma semana. Com o tempo de 38h51min34s, o campineiro conquistou o terceiro lugar na edição daquele ano e o nono melhor tempo da história da competição.

O nadador também já participou diversas vezes da tradicional Travessia 14 Bis, entre Bertioga e Santos, com 24 km de extensão, e da Ultramaratona da Ilha do Mel, no Paraná, com 23 km. Seu currículo inclui ainda a travessia de 40 km entre Barra Bonita e Bauru, os 20 km da Volta de Key West, na Flórida, os 25 km da Ilha do Arvoredo, em Santa Catarina, e os 6,5 km em Cadaqués, na Espanha.

Destacando que para ele é mais natural estar dentro da água do que fora dela, Toi costuma dizer que a natação salvou sua vida. “Quando cheguei aos 30 anos, estava obeso com pressão alta e meu cardiologista disse que eu viveria, no máximo, até os 40”, relata. “Então resolvi fazer esporte e o único que eu conhecia era a natação, pois da infância até os 18 anos nadei como atleta federado, antes de parar, fazer faculdade e trabalhar.”

Agora, seu plano é dedicar mais tempo à divulgação de seu perfil de nadador amador nas redes sociais para incentivar pessoas que estão começando na modalidade em águas abertas. “Quero acolher quem quer se envolver e não tem informações. É uma atividade ainda em fase inicial no Brasil, mas que já começa a ter um aumento no número de praticantes”, diz Flávio Toi, que também é empresário.

Reportagem: Esportes Já/Correio Popular

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Sobre o Autor

Flávio Paradella

Flávio Paradella é jornalista, podcaster e radialista. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação do Clube Cultura.